Queimadura de sol, de panela, de ferro… A lista é imensa e, com certeza, em algum momento da vida você já deve ter se deparado com uma queimadura de pele. E aquelas receitinhas caseiras de passar pasta de dente, creme disso e aquilo: será que são atitudes seguras para a saúde? Apesar de, em muitos casos, uma queimadura parecer algo simples e corriqueiro, alguns cuidados são necessários para evitar problemas de saúde. Por isso, conversamos com a dermatologista, Fernanda Bombonatti, que explicou para a gente como cuidar das queimaduras, com segurança. Confira!
O que fazer ao se queimar?
De acordo com Fernanda, a primeira coisa a ser feita é evitar que a queimadura continue acontecendo na pele. “Por isso, use água gelada ou soro fisiológico para esfriar a pele. Isso evita que o dano tecidual continue ativo no local”, explica. “E jamais utilize manteiga, vaselina ou pasta de dente. Isso pode piorar a lesão”, reforça.
Se for uma lesão mais simples, sem gravidade, a segunda ação pode ser a limpeza da área. “Você pode lavar com água e sabonete, debaixo de água corrente, para tirar a sujeira e, assim, evitar uma infecção secundária à lesão”, conta a médica.
Como identificar a gravidade das queimaduras
As queimaduras são classificadas por grau e entender isso ajuda na hora de tratar e buscar ajuda médica especializada. “Dependendo do grau, a pessoa pode fazer o tratamento em casa, mesmo. Mas, em casos mais graves, é necessário o atendimento em hospital”, explica Fernanda.
O grau 1 é muito fácil de identificar porque é aquela queimadura, que geralmente é a solar, com vermelhidão e dor na pele. Nesse caso, a médica explica que o recomendado é utilizar ativos refrescantes e hidratar a pele. “Com a hidratação, a recuperação é bem melhor e mais rápida”. É importante também ficar atento a temperatura da água. “É bom evitar banhos quentes, que podem piorar o ressecamento da pele”.
Já a queimadura grau 2 é aquela que geralmente causa bolhas na pele. E aqui vai uma dica que vale ouro: não tente estourar as bolhas, isso pode piorar – e muito – a lesão. “As bolhas precisam se soltar naturalmente, já que a parte superior serve de proteção para a base chamada exsudato e, assim, evita infecções”, reforça a dermatologista. Contudo, caso a pessoa estoure a bolha, essa lesão fica exposta e, com isso, infecções de pele podem surgir.
Queimaduras mais graves
Já nos graus 3 e 4, as queimaduras são mais graves pois, além da pele, atingem outras camadas como o músculo e, até mesmo, os ossos. Ao contrário do que pode-se pensar, na maioria dos casos, são queimaduras indolores. Isso porque a queimadura também atinge as estruturas nervosas, responsáveis pelo estímulo da dor. “É uma lesão que, além de altíssima chance de infecção, pode causar danos sistêmicos ao organismo, como a desidratação”. Nesses casos, é de suma importância que a pessoa busque atendimento médico de urgência em um hospital.
Além da gravidade da queimadura que pode levar ao risco de morte, os médicos também avaliam a localização da lesão. Algumas queimaduras podem causar contração na pele, especialmente em regiões de dobras, como a mão e o antebraço. Com isso, o membro pode ficar mais rígido e o paciente apresentar dificuldades para realizar os movimentos. Mas, para evitar isso, a fisioterapia entra no tratamento para preservar o aspecto funcional da articulação.
Tratamentos das queimaduras
Geralmente, o médico pode orientar o uso de curativos e ataduras para evitar a contaminação externa do ambiente. Além disso, o paciente deve evitar, também, piscina, praia ou campo, que são os locais mais contaminados. A higienização é outro aspecto importante e deve ser feita frequentemente.
Além disso, em casos mais graves, o dermatologista pode orientar o tratamento com a câmera hiperbárica, que estimula a hiperconcentração de oxigênio e acelera o processo de cicatrização.
Na dúvida, procure o dermatologista
De acordo com a médica, tirando o grau 1, a partir do grau 2 em diante, o ideal é buscar o auxílio de um médico dermatologista. “Ele é o profissional especializado em pele que irá orientar todo o processo de cicatrização e, assim, evitar infecções e possíveis sequelas”, reforça Fernanda.