A dermatologista Drª Fernanda Bombonatti explica os cuidados a serem tomados com a pele para evitar a doença que representa 30% dos tumores diagnosticados no país
Dezembro é mês de férias de verão e, também, tempo de curtir uma piscina e passar tempo na praia com a família e os amigos, sempre com muito sol. O mês também é reservado, desde 2014, pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para o Dezembro Laranja, que visa conscientizar sobre a prevenção ao câncer de pele. Este tipo de doença representa, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, cerca de 30% dos tumores diagnosticados no país.
Dito isso, a dermatologista Drª Fernanda Bombonatti ressalta a importância de diagnosticar e tratar precocemente o câncer de pele. “O câncer de pele pode ser classificado em três tipos, basocelular e espinocelular, sendo localmente invasivo, mas com poucos riscos de invadir outras regiões, e o melanoma, tipo mais agressivo com altas chances de invadir outros órgãos, que, apesar de ser a minoria dos casos, é o mais grave. Quando diagnosticado no começo, antes de invadir camadas mais profundas da pele, tem altas chances de cura”, ressalta.
Fernanda explica alguns sinais que podem indicar o câncer de pele. “Nós temos uma regra para as pintas e manchas que chamamos de ABCD, que consiste em: Assimetria; Bordas irregulares; Coloração, se tiver mais de um tom; Diâmetro, que tem de ser menor de 0,5cm”, diz.
Em quase 100% dos casos, o paciente com câncer de pele é assintomático, portanto, a ida ao dermatologista é indicada uma vez ao ano para checagem de todas as pintas e em caso de antecedente familiar de câncer de pele a cada seis meses. “Em alguns casos, a gente faz um exame chamado dermatoscopia, que mapeia e coloca em um sistema todas as manchas com um score que nos diz se o risco aumentou ou diminuiu” explica Fernanda.
A dermatologista ressalta a importância dos cuidados mesmo em tempos de pandemia para evitar o câncer de pele e outras doenças. “Os pacientes acabaram, de maneira equivocada, deixando de utilizar o filtro solar por estarem em home office e quarentena e acharem que não é necessário. Nós temos, não só o câncer de pele, mas outras patologias que são desencadeadas com a luz solar e as luzes visíveis (de computador e de celular), que, embora menos danosas, também contribuem para o envelhecimento e o aparecimento de manchas”, salienta.
O protetor solar, aliás, é forte aliado no cuidado com a pele. “Hoje, apostamos em filtros solares que possuam funções secundárias, como controle de oleosidade, Vitamina E e ácido hialurônico. Para incentivar as mulheres a usarem, existem filtros que são fabricados com base e têm efeito maquiador. Já para os homens, tem filtros que não ardem os olhos ao escorrer suor enquanto praticam exercícios”, indica.
A dermatologista aponta também a necessidade de criar hábitos desde cedo nos mais jovens para que cresçam sabendo cuidar da pele. “Hoje existem uma infinidade de opções de roupas com protetores e com temas de super-heróis e princesas, que estimulam as crianças a usarem e crescerem com bons hábitos. É fundamental acostumarmos a tomar sol com consciência, antes das 10h e depois das 16h, sempre com protetor solar e, na piscina, sempre repassar. No dia a dia, deve-se passar de manhã e novamente na hora do almoço”, orienta.
Por fim, Fernanda esclarece que o filtro solar não abaixa os níveis de vitamina D. “A vitamina D na verdade é um hormônio, que é produzido com alimentação adequada e ativado com a luz do sol. Fazendo atividades normais do dia a dia, indo ao mercado e caminhando um pouco que seja, a pessoa já tem a fonte de vitamina D necessária”, explica.
Sobre a drª Fernanda Bombonatti
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